terça-feira, 22 de junho de 2010

E essa distancia, que nos separa.

Eu não posso imaginar minha vida sem você.

Eu não posso imaginar minha vida sem você.

Foto retirada do tumbrl Overdose de Amor

Texto para Bloínquês. 21ª cont/história: 'Essa distancia que nos separa".

Há exatamente dois anos, ele foi comprar chocolates e não voltou mais. Dois anos sem ele, você tem noção do que são dois anos? Não são dois minutos, tampouco duas horas. Não são dois dias, são dois anos. Para Madlanne, a ferida não havia curado com o tempo como seus amigos a prometeram. Promessas. Exatamente, promessas, ela não podia mais acreditar em nada.

Você se lembra do que me prometeu, meu amor, antes de sair por aquela velha porta?

- Amor, vou comprar os teus chocolates. Eu sei que você não vive sem suas tartaruguinhas crocantes. – E riu gostosamente. Você riu, e o som da sua risada, está guardada em meus ouvidos ainda. Eu posso te ouvir rindo, donde quer que esteja.

- Volte logo! – Disse-lhe. Antes não tivesse dito.

- Em dois segundos. Se for demorar mais que isso, venho te buscar. Não conseguiria viver tanto tempo longe de você. – E bateu a porta.

- Eu te amo. – Sussurrei com um sorriso no rosto.

Não foram dois segundos... Agora já são dois anos.

Você morreu, naquele maldito acidente, Gabe. E agora eu estou aqui. Te amando.

Você sempre tão atencioso. Se lembra de quando vínhamos do colégio juntos, no nosso tempo de moleques, quando ainda tínhamos dezesseis. Caminhávamos juntos, passávamos pelo caminho mais longo, para ficarmos perto um do outro por mais tempo. Você uma vez apanhou uma flor, do jardim da dona Antonieta, para presentear-me. Você não tem idéia do quanto isso pôde me marcar. Seu sorriso desconcertado. Seus dentes sempre impecáveis, e seus olhos, que tinham um brilho capaz de humilhar um céu estrelado. Seus cabelos bagunçados, seu tênis surrado. Me lembro de você, como se eu tivesse te encontrado ontem. E de fato te encontrei, te encontro em mim, e me encontro em você. Eu ainda posso te ouvir.

Quando eu tinha medo, você estava aqui para me ajudar, e agora, eu... Essa distancia que nos separa, me machuca. Agora eu não sou mais ninguém. estou caminhando, passando pelos caminhos que sempre passamos juntos, a procura de você. Já consigo ver o banco onde nos beijamos pela primeira vez. Está chovendo agora. Sinto os pingos em minha pele. Minha vista embaçou. Como se fosse um flash. Deve ter algumas pessoas tirando fotos por aqui. Realmente o lugar é lindo.

Agora, Gabe, tem alguém ocupando nosso banco.. eu posso ver o esboço do individuo. Ele tem seus cabelos. E... mas é você Gabe! Não pode ser, não tem como.

Estou correndo, a chuva parece não me tocar mais, não a sinto contra meu rosto. Corro como se pudesse te perder novamente, meu amor. Corro tanto que pareço voar. Me aproximo cada vez mais de você. Mas estou voando. Oh céus! Estou voando. O que está acontecendo comigo? Você está olhando para mim. Vindo em minha direção. Eu te toco, e te sinto. Gente, o que está acontecendo? Te beijo. Sinto teu beijo em mim. Seus lábios quentes e macios ainda causam o mesmo efeito, sinto a mesma adrenalina e minhas pernas ainda tremem só de sentir sua pele na minha. Mas você não morreu? Como isso pode estar acontecendo?

- Olhe para trás, meu bem. – Ele disse. Sua voz ainda era doce, calma e terna.

Olhei. Meu Deus. Era eu, caída na calçada. Um motorista desolado e algumas pessoas em volta de mim. Do meu corpo... Eu.. Oh céus! Eu morri. Eu estou com Gabe, aqui. Ou lá. Mas estou com ele. Enfim, a eternidade?

Gabe segurou minhas mãos. Disse para não termos medo, tirou de seu bolso um chocolate, e entregou-me. Sorri para ele, que retribuiu o mesmo. Me abraçou, e caminhamos, juntos como sempre fazíamos, em direção à nossa eternidade.

2 comentários:

  1. eu me emociono MUITO com a maioria dos seus textos minha ani *-* vc é demais, és meu exemplo <3

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  2. chorei com esse texto ;x
    mt perfeito msm, parabéns!

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