quinta-feira, 27 de maio de 2010

Como cada dia.


Ele não conseguiu esquecê-la, nem conseguirá. A vida em que eles tinham vivido, fora linda. Repleta de amor, ternura e carinho. Seus beijos nunca perderam a mágica do primeiro, e quando ele a olhava, era como se estivesse a conhecendo pela primeira vez, mesmo conhecendo toda a personalidade dela. Ela, ao olhar para seu amado, via aquele garoto que lhe pedira em namoro há alguns anos atrás, mas também vira, o grande homem que ele havia se tornado. Mas agora nada mais faz sentido, uma vez que ele não está mais ali, com ela.

2008

- Fique calmo, meu amor. Eu estarei do teu lado, até você sair dessa. - Jullie animava Robert com suas doces palavras.
- Mas eu não quero você do meu lado. - Ele sorriu forçadamente. - Eu a quero livre, procurando alguém que vá te fazer feliz, Ju. Alguém que te faça sorrir denovo, quando eu não estiver aqui.

Jullie deixou uma lágrima lhe escorrer sobre sua face, secou-a rapidamente, e então disse-lhe:

- Porque é dificil entender que eu teamo Robert? Que eu quero é você, e que ninguém vai te substituir?
- Eu só sei que te amo, demais.

2006

- Não é nada Jullie - Ele disse naquele tom despojado de sempre.
- Então essas marcas rochas assim apareceram do nada?
- Devo ter batido em algum lugar.. Olha, vou te provar que não é nada, indo ao consultório. Mas fique tranquila meu amor, não há de ser nada.
- Ele disse, e depositou-lhe um beijo sobre a testa.
- Melhor prevenir.. - Ela sorriu satisfeita.

- x -

- É isso Jullie, eu tenho apenas dois anos de vida, no máximo. - Ele a abraçava, fortemente. Ela parecia-o esmagar. Era uma forma dela poupar a ida dele, ela sentia-se como que se ele fosse esfarelar-se em seus braços. Chorava, sem sessar.
- Como assim, não é justo! - E ficaram assim, por algum tempo. O brilho dos olhos verdes de Robert não existia mais.
- Só faremos com que meus ultimos anos de vida, sejam lindos.

2003

- Na alegria, e na tristeza, na saúde e na doença. Até que a morte nos separe. - Eu vos declaro, marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva.

Então eles se beijaram. Era o primeiro de muitos que haveriam de dar. Fora rápido, porém intenso. Na intensidade perfeita para constatarem que foram feitos um para o outro.

2000

Primeiro flerte.
Primeiro beijo.
Primeiro "eu amo você"
Pedido de namoro.
Primeira vez.

2009

O fim. Ele já não era mais Robert, não aquele Robert com um sorriso estampado no rosto. Ele não mais respirava sem os aparelhos, e ela cometera um erro. Ela se abriu com ele. Deixou-lhe ver que sofria, sem se dar conta que Robert sofria em dobro. Ele dormia o tempo todo, e não mais comia pela boca. Falava pouco, mas não havia necessidade de palavras, uma vez que a sintonia entre os dois era tamanha. Um dia, Jullie cometeu seu maior erro: Admitiu que não conseguia mais vê-lo naquele estado, que estava morrendo aos poucos. Disse-lhe, que o amava acima de tudo, mas que não aguentava mais não poder fazer nada para tirar-lhe dali. Chorou em sua frente. O beijou na mão, e saiu. Jullie fora para casa atordoada.
De madrugada, enquanto ela ainda chorava na cama, o telefone tocou.

- Senhora, seu Robert falecera. Eu fiz de tudo o que podia, porém o fio do aparelho respiratório estava desengatado. Ninguém entrara. Ele estava bem e sozinho. Robert se suicidou.

Ela não podia creer. O que a havia matado não fora o cancer, fora a incapacidade de Jullie de mentir para seu amado. Para ela, ela havia assassinado seu amor.

E esse foi o fim. Dele e dela.

- Estou indo, para encontrar-te, amor... - Foi a ultima frase de Jullie, antes de puxar o gatilho.

Ouça: Como cada día - Anahí

" Oi, bom, não entro mais no anizpace.
Então resolvi criar, este novo blog. Espero continuar com esse, apenas esse. Postarei contos, e estórias, de minha autoria. Quando for de algum outro escritor(a) famoso(a), citarei os respectivos nomes, e créditos. Beijos gatinhas(os) :*"

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